A
ginástica rítmica, também conhecida como GRD ou ginástica
rítmica desportiva, é uma ramificação da ginástica
que possui infinitas possibilidades de movimentos corporais combinados aos
elementos de ballet e dança teatral, realizados fluentemente em harmonia com a
música e coordenados com o manejo dos aparelhos próprios desta modalidade
olímpica, que são a corda, o arco, a bola, as maças e a fita. Praticada apenas por mulheres em nível de
competição, tem ainda uma prática masculina surgida no Japão. Pode ser iniciada
em média aos seis anos e não há idade limite para finalizar a prática, na qual
se encontram competições individuais ou em conjunto. Os seus eventos são
realizados sempre sobre um tablado e o tempo de realização varia entre 75 segundos,
para as provas individuais, e 150 segundos, para as provas coletivas. A
ginástica rítmica desenvolve harmonia, graça e beleza em movimentos criativos, traduzidos em expressões
pessoais através da combinação musical e técnica, que transmite, acima de tudo, satisfação estética
aos que assistem. A ginasta precisa ter graça, leveza, beleza e técnicas
precisas nos movimentos para demonstrar harmonia e entrosamento com a música e/ou as companheiras, em um ambiente de expressão corporal contextualizada inclusive
pelos sentimentos
transmitidos através do corpo. Fisicamente, é função desta modalidade
desenvolver o corpo na sua totalidade, por meio dos movimentos naturais
aperfeiçoados pelo ritmo e pelas capacidades psicomotoras nos âmbitos físico, artístico e expressivo.
Por essa reunião de característica, é chamada de desporto-arte.
História e evolução
Os primeiros estudos sobre a ginástica rítmica foram esboçados pelo pedagogo Jean-Jacques Rousseau, que, enquanto
estudava sobre o papel da ginástica na educação física, descreveu o seu
desenvolvimento técnico e prático na educação infantil. Mais adiante, Guts Muths, tido um dos pioneiros da ginástica em si voltada
para o fortalecimento do indivíduo, a voltou também para a saúde. No entanto,
apenas no século seguinte, o XIX, a modalidade realmente começou a enraizar-se.
François Delsarte, foi o
primeiro a lançar ideias a respeito da expressão de sentimentos pelos
movimentos corporais. Mais tarde, Émile Jaques-Dalcroze iniciou a
prática de exercícios rítmicos como meio de desenvolvimento da sensibilidade
musical através dos movimentos do corpo.
Desenvolveu ainda estudos dos quais obteve como resultado a relação harmónica
dos movimentos com o equilíbrio e os estados do sistema nervoso central,
chamados de sentimentos, o que gerou grande influência na formação das escolas
de dança e um gradativo desempenho na educação física, pois esta ganhava um
novo olhar e uma nova ramificação. Em seguida, um aluno de Dalcroze, Rudolf Bode, melhorou os movimentos, deixando-os mais naturais e
integrais, também com o intuito de demonstrar, por intermédio dos movimentos,
os estados emocionais do praticante. A isso, somou a utilização de aparelhos
com o objetivo de ornamentar a apresentação e as características femininas,
estabeleceu os princípios básicos da ginástica rítmica, seguidos ainda hoje, e
tornou-se com isso o pai da modalidade. Estas teorias fundamentaram-se na
contração e no relaxamento, as essências do movimento humano e do ritmo
corporal, além de explorar as direções e planos em todas as suas
possibilidades, que constituem a base da variação dos deslocamentos na
ginástica rítmica atual. Introduziu ainda a expressão, marca desta ginástica, e
o trabalho em grupos, que destaca a harmonia entre as participantes. Com o
trabalho continuado, Isadora Duncan adaptou o sistema à dança, sua especialidade, retirou
a ginástica rítmica de dentro da modalidade artística, para a qual deixou a musicalidade,
e levou-a até à União Soviética, onde iniciou o ensino desta nova atividade
como prática independente, incluídas as regras para competições. Lá, em 1942,
foi realizado o primeiro evento competitivo: O Campeonato Nacional Soviético.
Em paralelo ao trabalho de Duncan, na Alemanha, Heinrich Medau estudou os
exercícios rítmicos daquela época e iniciou a elaboração e a introdução de
aparelhos como a bola, as maças e o arco, considerado o primeiro passo para a
utilização dos aparelhos nos exercícios femininos como se vê nas competições
regidas pela FIG. Em 1961, foi apresentada a Federação Internacional de
Ginástica. Dois anos depois, houve a realização do primeiro
campeonato mundial, na cidade de Budapeste, com a participação de dez nações, na qual a
soviética Ludmila Savinkova se sagrou como a primeira campeã. Apesar de começar e se
enraizar como modalidade estritamente feminina, os seus criadores foram, em
maioria, homens. Em 1975, através de
decisão tomada em Assembleia Técnica do 53º Congresso da FIG, passou a ser
chamada oficialmente de ginástica rítmica desportiva, regida então pela entidade.
Em 1980, foi
reconhecida pelo Comité
Olímpico Internacional. Nesse mesmo ano, passou a ser chamada apenas de
ginástica rítmica. Na Olimpíada seguinte, em 1984, em Los Angeles, passou a ser
modalidade competitiva com eventos individuais. A partir dos Jogos de
Atlanta, em 1996, passou a ser
disputada em provas de conjunto.
André
Correia, 6.ºD, N.º1.