terça-feira, 8 de maio de 2012

Ginástica rítmica - Desporto-arte


A ginástica rítmica, também conhecida como GRD ou ginástica rítmica desportiva, é uma ramificação da ginástica que possui infinitas possibilidades de movimentos corporais combinados aos elementos de ballet e dança teatral, realizados fluentemente em harmonia com a música e coordenados com o manejo dos aparelhos próprios desta modalidade olímpica, que são a corda, o arco, a bola, as maças e a fita. Praticada apenas por mulheres em nível de competição, tem ainda uma prática masculina surgida no Japão. Pode ser iniciada em média aos seis anos e não há idade limite para finalizar a prática, na qual se encontram competições individuais ou em conjunto. Os seus eventos são realizados sempre sobre um tablado e o tempo de realização varia entre 75 segundos, para as provas individuais, e 150 segundos, para as provas coletivas. A ginástica rítmica desenvolve harmonia, graça e beleza em movimentos criativos, traduzidos em expressões pessoais através da combinação musical e técnica, que transmite, acima de tudo, satisfação estética aos que assistem. A ginasta precisa ter graça, leveza, beleza e técnicas precisas nos movimentos para demonstrar harmonia e entrosamento com a música e/ou as companheiras, em um ambiente de expressão corporal contextualizada inclusive pelos sentimentos transmitidos através do corpo. Fisicamente, é função desta modalidade desenvolver o corpo na sua totalidade, por meio dos movimentos naturais aperfeiçoados pelo ritmo e pelas capacidades psicomotoras nos âmbitos físico, artístico e expressivo. Por essa reunião de característica, é chamada de desporto-arte.

História e evolução

Os primeiros estudos sobre a ginástica rítmica foram esboçados pelo pedagogo Jean-Jacques Rousseau, que, enquanto estudava sobre o papel da ginástica na educação física, descreveu o seu desenvolvimento técnico e prático na educação infantil. Mais adiante, Guts Muths, tido um dos pioneiros da ginástica em si voltada para o fortalecimento do indivíduo, a voltou também para a saúde. No entanto, apenas no século seguinte, o XIX, a modalidade realmente começou a enraizar-se. François Delsarte, foi o primeiro a lançar ideias a respeito da expressão de sentimentos pelos movimentos corporais. Mais tarde, Émile Jaques-Dalcroze iniciou a prática de exercícios rítmicos como meio de desenvolvimento da sensibilidade musical através dos movimentos do corpo. Desenvolveu ainda estudos dos quais obteve como resultado a relação harmónica dos movimentos com o equilíbrio e os estados do sistema nervoso central, chamados de sentimentos, o que gerou grande influência na formação das escolas de dança e um gradativo desempenho na educação física, pois esta ganhava um novo olhar e uma nova ramificação. Em seguida, um aluno de Dalcroze, Rudolf Bode, melhorou os movimentos, deixando-os mais naturais e integrais, também com o intuito de demonstrar, por intermédio dos movimentos, os estados emocionais do praticante. A isso, somou a utilização de aparelhos com o objetivo de ornamentar a apresentação e as características femininas, estabeleceu os princípios básicos da ginástica rítmica, seguidos ainda hoje, e tornou-se com isso o pai da modalidade. Estas teorias fundamentaram-se na contração e no relaxamento, as essências do movimento humano e do ritmo corporal, além de explorar as direções e planos em todas as suas possibilidades, que constituem a base da variação dos deslocamentos na ginástica rítmica atual. Introduziu ainda a expressão, marca desta ginástica, e o trabalho em grupos, que destaca a harmonia entre as participantes. Com o trabalho continuado, Isadora Duncan adaptou o sistema à dança, sua especialidade, retirou a ginástica rítmica de dentro da modalidade artística, para a qual deixou a musicalidade, e levou-a até à União Soviética, onde iniciou o ensino desta nova atividade como prática independente, incluídas as regras para competições. Lá, em 1942, foi realizado o primeiro evento competitivo: O Campeonato Nacional Soviético. Em paralelo ao trabalho de Duncan, na Alemanha, Heinrich Medau estudou os exercícios rítmicos daquela época e iniciou a elaboração e a introdução de aparelhos como a bola, as maças e o arco, considerado o primeiro passo para a utilização dos aparelhos nos exercícios femininos como se vê nas competições regidas pela FIG. Em 1961, foi apresentada a Federação Internacional de Ginástica. Dois anos depois, houve a realização do primeiro campeonato mundial, na cidade de Budapeste, com a participação de dez nações, na qual a soviética Ludmila Savinkova se sagrou como a primeira campeã. Apesar de começar e se enraizar como modalidade estritamente feminina, os seus criadores foram, em maioria, homens. Em 1975, através de decisão tomada em Assembleia Técnica do 53º Congresso da FIG, passou a ser chamada oficialmente de ginástica rítmica desportiva, regida então pela entidade. Em 1980, foi reconhecida pelo Comité Olímpico Internacional. Nesse mesmo ano, passou a ser chamada apenas de ginástica rítmica. Na Olimpíada seguinte, em 1984, em Los Angeles, passou a ser modalidade competitiva com eventos individuais. A partir dos Jogos de Atlanta, em 1996, passou a ser disputada em provas de conjunto.

André Correia, 6.ºD, N.º1.

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